quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Quem sou eu



Eu sou uma mulher, sim!!!!
Eu sou uma mulher com “M” maiúsculo
Mas desses “emes” que não se fabricam mais
Mais que “emes” de Mãe e Matuta, sou Música!
Uma música que veio dos confins do cosmos
Uma música com notas suaves
Acordes simples ou complexos dissonantes
A dissonância que faz com que eu seja
Extremamente forte com essa minha cara de Menina.
Menina?
Sim uma menina levada da breca!
Mas uma menina que quando beija um rosto
Deixa um tom de acácias e Margaridas no coração beijado.
Às vezes posso me parecer com uma Murta
Sem flores, aparentemente sem utilidade
Mas se você chegar bem perto verá
Que não estou Morta!
Ainda posso abrigar Muitos pássaros...
Adornar seu coração assim como a murta
Adorna o portão de sua casa.
Amo com um coração de Moça
Moça?
Sim!!
Moça doce e valente, que não se atém a rótulos
O coração nos céus e a cabeça na Terra
Sigo meu caminho, Malabarista na arte de viver
Malgrado minha condição outrora relegada à Maldita
De pés no chão faço Magnífica, Madrigal e Madura minha história
Eu sou Maria, Madalena, Milene, Maraiza
Sou Messalina, sou Madona, sou Mesquita
Sou fruta Madura de um verde chamado esperança
Marota?
Sim!!
Pois o sorriso maroto que trago no rosto tem muita cumplicidade.
Sou Marina, porto seguro, descanso dos braços cansados
Às vezes choro, sim!!!
Choro em qualquer momento e lugar
Sou leve e transparente como Musselina
Pois minhas lágrimas são meu acervo e patrimônio
Porque tudo o que tenho e sou é amor.
Sou Mulher, uma Marinheira-mor no timão da família
Sou popa, sou proa, sou Mezena, que enverga na tempestade
Sou tocaia, sou Músculo, nem o mar nem a floresta podem me vencer.
Meu sangue de Espanhola ferve se minha humanidade for ameaçada
Porque sou amor, aqui dentro de mim.
Sou amor até onde você pode ver.
Sou amor até onde ninguém conhece.

Copyright.

Chegando à Estação

Quando cheguei por aqui ainda muito verde, pude perceber várias coisas: o progresso não está vindo mais a cavalo! O que acontece lá, nós ficamos sabendo aqui com uma brevidade "veloxônica". Funk, "MC Leãozinho", Lacraia, Bonde do Tigrão, aliás, a moda agora é Vitor e Léo. E ainda tem a Ivete, Cláudia Leite, o Menoti, o Calcinha Preta e etc. Aí chega um desavisado cuja a inteligencia vem a cavalo e diz aos quatro ventos: "Onde é que estamos, o mundo virou de pernas pro ar, isso não é música, isso não é cultura, e isso, e aquilo!"Aí, vamos nós baixar acampamento, sentar no banco da praça e desfiar o terço: "Olha amigo, em um lugar como a favela da Rocinha, as pessoas nunca ouviram falar em Almir Sater, Flávio Venturini, Paulinho Pedra Azul, Humberto Gessinger, portanto aquilo que eles ouvem por lá nada mais é do que cultura, manifestação cultural das raízes de um povo, ou seja, cultura hoje se tornou sinônimo de acesso, artigo de luxo. Um CD ou um livro hoje custam mais de 10% do salário mínimo, então o que é que o povão pode ouvir e consumir?Tem outro detalhe importantíssimo: O que se entende por Música popular Brasileira? Todas as musicas cantadas em português com sotaque brasileiro é MPB, lógico! Que me perdoem os matutos que gostam de classificar as coisas, mas a nossa realidade social e cultural é voltada pra diversidade decorrente de uma colonização recheada de pluralidades étnicas. Não dá pra dizer que isso é MPB, aquilo é POP, aquele outro é sertanejo, o outro ainda é rock rural ( essa é ótima! ).Tudo é Música Popular Brasileira. Daqui a algum tempo não teremos mais termos ou nomes próprios para classificar a pluralidade cultural-musical em que vivemos. Já imaginou uma vertente da MPB chamada "Chimbalipso" ? Pague pra ver...