quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Chegando à Estação

Quando cheguei por aqui ainda muito verde, pude perceber várias coisas: o progresso não está vindo mais a cavalo! O que acontece lá, nós ficamos sabendo aqui com uma brevidade "veloxônica". Funk, "MC Leãozinho", Lacraia, Bonde do Tigrão, aliás, a moda agora é Vitor e Léo. E ainda tem a Ivete, Cláudia Leite, o Menoti, o Calcinha Preta e etc. Aí chega um desavisado cuja a inteligencia vem a cavalo e diz aos quatro ventos: "Onde é que estamos, o mundo virou de pernas pro ar, isso não é música, isso não é cultura, e isso, e aquilo!"Aí, vamos nós baixar acampamento, sentar no banco da praça e desfiar o terço: "Olha amigo, em um lugar como a favela da Rocinha, as pessoas nunca ouviram falar em Almir Sater, Flávio Venturini, Paulinho Pedra Azul, Humberto Gessinger, portanto aquilo que eles ouvem por lá nada mais é do que cultura, manifestação cultural das raízes de um povo, ou seja, cultura hoje se tornou sinônimo de acesso, artigo de luxo. Um CD ou um livro hoje custam mais de 10% do salário mínimo, então o que é que o povão pode ouvir e consumir?Tem outro detalhe importantíssimo: O que se entende por Música popular Brasileira? Todas as musicas cantadas em português com sotaque brasileiro é MPB, lógico! Que me perdoem os matutos que gostam de classificar as coisas, mas a nossa realidade social e cultural é voltada pra diversidade decorrente de uma colonização recheada de pluralidades étnicas. Não dá pra dizer que isso é MPB, aquilo é POP, aquele outro é sertanejo, o outro ainda é rock rural ( essa é ótima! ).Tudo é Música Popular Brasileira. Daqui a algum tempo não teremos mais termos ou nomes próprios para classificar a pluralidade cultural-musical em que vivemos. Já imaginou uma vertente da MPB chamada "Chimbalipso" ? Pague pra ver...

Um comentário:

Celêdian Assis disse...

Olá, Luiz!

Prazer vir aqui conhecer o seu espaço e também agradecer pela sua amável visita ao meu. Obrigada e seja bem vindo, viu?

Sobre o seu artigo de opinião, muito pertinente e vai de encontro ao que eu também penso sobre rotular aspectos da nossa cultura, principalmente no que tange à música. Não acho nada plausível que se limite estilos neste setor, quando muito creio que há diversidade de gêneros. E nada mais justo que a diversidade deles, em um país que é pura miscigenação. Portanto, amigo, foi prazeroso passar por aqui e desfrutar de seu texto.
Um abraço.
Celêdian