quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

As dores do mundo

Eu sinto as dores
Dos trilhos
Órfão casal
Sem o carinho do trem

Eu sinto as dores
Do sertão
Chuva torrente
Luar? Platinar a quem?

Eu sinto as dores
Do parto
Calor da alma
Seus chutes também

Eu sinto as dores
dos meus amores
Castos pastores
Sem teus olhos decolores

Eu sinto as dores
Das flores
Que florescem teus lábios
Mas choram o campo

Eu sinto as dores
Das palavras
Presas nos olhos
Se afogando no sal

Eu sinto as dores
Dos braços
Pontes eternas
Entre a alma e o corpo

Eu sinto as dores
Dos meus pés
Seguindo os sapatos
Que seguem tua voz

Eu sinto as dores
De cães doentes
Que comem capim
E não sabem falar

Eu sinto as dores
Dos meus tremores
Sem os cobertores
Dos teus amores

Eu sinto as dores
Da inocência tua
Que olha adiante
E só vê uma sombra

Eu sinto as dores
Da pressa tua
Que olha atrás
E não vê a minha.

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